Roberto Dinamite se foi. Ídolo do Vasco, maior rival do Flamengo, meu time. Foi um grande jogador, que vi jogar diversas vezes, não apenas no chamado clássico dos milhões, mas também contra vários outros times. Na minha memória, inclusive, acho que o primeiro jogo que vi no Maracanã foi entre Vasco e Fluminense. Sem TV a cabo, ou mesmo tanta fartura de transmissões na TV aberta, ir ao estádio era um programa familiar comum nos anos de 1970 e 80.

Roberto foi um exímio cobrador de falta, goleador nato. Era o ídolo que o Vasco precisava para fazer frente ao grande time do Flamengo e Roberto fez seu papel com perfeição. Meus colegas vascaínos o amavam. Não só foi o maior artilheiro do Vasco e do brasileirão, como também foi uma pessoa que dignificou sua profissão.

Um dos maiores exemplos disso é sua amizade com Zico, que poderia ter sido seu rival, mas foi apenas um adversário. Eu estive lá, naquele jogo de despedida de Roberto Dinamite. Eu assisti enquanto ele entrava em campo pela última vez, enquanto Zico jogava pelo Vasco e Nelson Piquet dava o pontapé inicial. Foi emocionante ver o Roberto ali, depois de tantos anos jogando pelo time que tanto amava. E, ao longo dos anos, também foi muito bonito ver a relação dele com Zico, mesmo antes de Roberto estar doente.

Outra memória forte que tenho é do saudoso narrador Januário de Oliveira, que não apenas cunhou o bordão “Dinamite Neles”, usado como nos gols de Roberto, mas também narrava, especialmente nas cobranças de falta, de forma que está indelével na minha memória de criança: “Robertô… e o gol!”, que (infelizmente) ouvi muitas vezes.

Que sua família fique bem e que os amantes do futebol sempre saibam reverenciar Roberto, chamado Dinamite por ter feito um gol, logo no início da carreira, em que a bola carregou a rede.